Crítica: Ricky

crítica ricky

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Com uma sinopse nada con­vida­ti­va e um trail­er tão pouco explica­ti­vo quan­to ela, con­fes­so que Ricky (França/Itlália, 2009), com direção e roteiro de François Ozon, esta­va bem no fim da min­ha lista de filmes pos­sivel­mente inter­es­santes do 7º Fes­ti­val de Verão do RS de Cin­e­ma Inter­na­cional, em Por­to Ale­gre. Mas, por motivos de horários, acabei indo assistí-lo e fui surpreendido.

Katie e Paco são duas pes­soas comuns que acabam se con­hecen­do, se apaixo­nan­do e deste amor nasce um fil­ho. Só ele está longe de ser um bebê nor­mal, pode­ria muito bem se diz­er que ele é algo real­mente extraordinário.

Muito explica­ti­vo este resumo, não? É jus­ta­mente com este mis­tério, que feliz­mente tam­bém é man­ti­do no trail­er, que Ricky con­segue ser uma bela sur­pre­sa para quem vai assistí-lo. O inter­es­sante foi que ape­sar do filme, sutil­mente, dar indí­cios do porque o bebê ser difer­ente, ele em nen­hum momen­to dá qual­quer expli­cação mais dire­ta, ou mirabolante. Alías, Ricky pos­sui bas­tante essa car­ac­terís­ti­ca de não ter a neces­si­dade de explicar as coisas, elas sim­ples­mente acon­te­cem e é isso. Esse ar mais de fan­ta­sia tam­bém lem­bra um pouco o cin­e­ma fan­tás­ti­co do Michael Gondry, com sua magia e ele­men­tos lúdicos.

Todo o desen­volvi­men­to da história se foca nes­sa exceção acon­te­cen­do com pes­soas total­mente nor­mais, sem nen­hum grande luxo e edu­cação. Isto tor­na Ricky um filme de fácil iden­ti­fi­cação com o cotid­i­ano e as situ­ações apre­sen­tadas. Ao mes­mo tem­po ele tam­bém pos­sui um pouco da per­spec­ti­va dos fatos vis­tos pelos olhos de uma cri­ança, a irmã mais vel­ha dele, que tem um diál­o­go e uma visão total­mente difer­ente dos adultos.

Algo tão sur­preen­dente assim aca­ba geran­do todos os tipos de reações e curiosi­dades. Alguns pen­sam só no estu­do cien­tí­fi­co do bebê, out­ros como uma maneira de gan­har din­heiro e fama, alguns não sabem que reação ter e por fim há tam­bém aque­les que o con­sid­er­am uma anom­alia que deve ser cura­do. Estas coisas, prin­ci­pal­mente a curiosi­dade da mãe em ten­tar enten­der e acom­pan­har mel­hor seu desen­volvi­men­to, acabam geran­do situ­ações muito engraçadas e tam­bém muitas vezes ques­tion­ado­ras, em relação a real intenção destas pessoas.

Ricky é um filme diver­tido e tam­bém total­mente ines­per­a­do, que vale a pena ser assis­ti­do com uma men­tal­i­dade mais aber­ta para sur­pre­sas e situ­ações que sim­ples­mente acon­te­cem, sem mui­ta racional­iza­ção e/ou grandes teo­rias. O lon­ga foi Indi­ca­do no Fes­ti­val inter­na­cional de Berlin 2009 — Gold­en Berlin Bear (François Ozon).

Para quem já viu o filme, alguém con­seguiu perce­ber a relação da cena ini­cial, na del­e­ga­cia, com o do filme? Se você acha que tem uma ideia, comente abaixo!

Trail­er:

httpv://www.youtube.com/watch?v=RHdP4R2spnw

Comments

One response to “Crítica: Ricky”

  1. Emerson Braga Avatar
    Emerson Braga

    Antes da trans­for­mação de Ricky, sua mãe se sen­tia ape­nas uma mul­her aban­don­a­da pelo com­pan­heiro, soz­in­ha, com duas cri­anças. Creio que ela não esta­va em uma del­e­ga­cia, mas com o serviço social, por não ter condições de cri­ar as cri­anças e nem de pagar o aluguel. Ela chegou a pen­sar em deixar seu fil­ho com o serviço social, ale­gan­do não aguen­tar mais cuidar dele, que só cho­ra, desistin­do des­ta idéia ape­nas quan­do o garo­to ***** [edi­ta­do pela mod­er­ação por con­ter spoil­er] . Para mim, o filme não fala de Ricky, mas de Lisa, sua irmã. A meni­na é o tem­po inteiro trata­da como se não exis­tisse ou como um far­do e tudo pio­ra (e depois mel­ho­ra!) com o nasci­men­to de Ricky, que parece ter vin­do ao mun­do ape­nas para provar à sua família que não é necessário ser espe­cial, não é necessário ***** [edi­ta­do pela mod­er­ação por con­ter spoil­er], para que pos­samos amar e ser amados.

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