Crítica: O Turista

Se Angeli­na Jolie havia fun­ciona­do, mes­mo que de for­ma bem pre­vi­siv­el, em Salt , em O Tur­ista (The Tourist, EUA, França, 2010), dirigi­do por Flo­ri­an Henck­el von Don­ners­mar­ck, ela não con­vence na repetição do papel de mais uma agente super poderosa. Fazen­do dupla com John­ny Depp, Jolie sim­ples­mente des­fi­la com lin­das jóias e mod­eli­tos de fina cos­tu­ra pelo filme, seduzin­do com seu olhar, e só. 

O lon­ga, que é um remake do francês Antho­ny Zim­mer — A Caça­da, de Jérôme Salle, traz a belís­si­ma Elise (Angeli­na Jolie), persegui­da pela polí­cia britâni­ca por rece­ber um supos­to bil­hete de seu amante, o este­lion­atário procu­ra­do Alexan­der Pearce. Enquan­to a polí­cia mon­ta um esque­ma de bus­ca, Elise procu­ra aleato­ri­a­mente alguém que se passe por Pearce, para usá-lo como laran­ja e despistá-los. É então que ela encon­tra o esquisi­to pro­fes­sor Frank Tupe­lo (John­ny Depp), um tur­ista amer­i­cano via­jan­do soz­in­ho que pas­sará a enfrentar situ­ações inusi­tadas ao lado da bela mul­her que o seduziu.

Diga-se de pas­sagem que o forte dos amer­i­canos não é a cri­ação. Claro, muito da história do cin­e­ma se deve a gênios amer­i­canos como Alfred Hitch­cock (que era anglo-amer­i­cano), mas o que a indús­tria cin­e­matográ­fi­ca de lá nun­ca negou foi a paixão em amer­i­canizar obras sen­sa­cionais, sejam elas européias, ori­en­tais ou lati­no-amer­i­canas, e deixá-las com todas as car­ac­terís­ti­cas que somente a tec­nolo­gia e os orça­men­tos amer­i­canos podem dar. Com O Tur­ista, acon­tece o mes­mo de sem­pre, ou seja, tudo soa com um tom que não per­tence às nar­ra­ti­vas comuns do cin­e­ma hol­ly­wood­i­ano. Um dos pon­tos em que isso fica mais níti­do é a veloci­dade e a for­ma em que tudo transcorre, com mui­ta cal­ma, sem mui­ta ação, tiroteios e perseguições. Isso, inclu­sive, deixa O Tur­ista um tan­to quan­to super esti­ma­do, pri­or­izan­do somente o glam­our das situ­ações, além de pos­suir um enre­do muito super­fi­cial. Aliás, não somente a história foi impor­ta­da da Europa, o dire­tor alemão Flo­ri­an Henck­el von Don­ners­mar­ck, que já gan­hou Oscar com o Vida dos Out­ros, estreia sua car­reira amer­i­cana com esse longa.

Mes­mo sendo um remake, O Tur­ista incor­po­ra out­ros ele­men­tos de filmes clás­si­cos de perseguição como os da déca­da de 40 e out­ros de Alfred Hitch­cock. Belas mul­heres sem­pre são per­son­agens prin­ci­pais e moti­vações char­mosas para roubarem a cena das peripé­cias mas­culi­nas. E Angeli­na Jolie, com sua beleza a la Rita Hay­worth e Gre­ta Gar­bo, cumpre seu papel de for­ma sedu­to­ra. Inclu­sive, O Tur­ista me reme­teu a várias cenas de Gil­da, de 1946, claro que com a ver­são atu­al­iza­da de um esti­lo de diva clás­si­ca, mas mar­ca­do por grandes revi­ra­voltas dos enre­dos dess­es períodos.

Claro que hou­ve uma super­es­ti­mação do lon­ga jus­ta­mente por reunir duas grandes e atu­ais estre­las do cin­e­ma amer­i­cano. Mas a ver­dade é que a sexy Angeli­na Jolie não com­bi­na em nada com o esquisi­to Depp, que reforça um papel bobo com algu­mas piad­in­has diver­tidas no decor­rer da história. O Tur­ista, como um todo, não é ruim e tam­bém não é nen­hu­ma mar­avil­ha da séti­ma arte, mas cumpre o papel de entreter sem cansar muito o espec­ta­dor, se tor­nan­do um filme pre­visív­el sem grandes méri­tos como esper­a­va a mídia.

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Trail­er:

httpv://www.youtube.com/watch?v=SPHqZ1UZukA


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Dossiê Daniel Piza
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