TRON O Legado: Entrevista Olivia Wilde

Olivia Wilde dá vida à Quor­ra, uma das per­son­agens prin­ci­pais do aguarda­do Tron — O Lega­do, sequên­cia do cult dos anos 80, Tron: Uma Odis­seia Eletrôni­ca, que estreia dia 17 de dezem­bro. A jovem atriz é con­heci­da na tele­visão por seri­ados pre­mi­a­dos como House M.D. e o The O.C. Já no cin­e­ma atu­ou em comé­dias , inclu­sive ao lado de Jack Black e vem con­stru­in­do uma car­reira sól­i­da com filmes que serão lança­dos nos próx­i­mos meses, como Cow­boys and Aliens e 72 Horas. Wilde foi entre­vis­ta­da na Com­ic-Con, umas das maiores feiras de entreten­i­men­to do mun­do, e falou sobre a exper­iên­cia de faz­er parte do elen­co de Tron — O Lega­do, e ain­da, dá alguns detal­h­es sobre o enre­do do longa.

Qual é o tema humano nes­ta história?
No cen­tro de Tron: O Lega­do há uma história famil­iar; é uma história sobre um fil­ho em bus­ca do pai, e de um jovem se tor­nan­do um homem. Muitas das grandes histórias falam sobre amadurec­i­men­to, sobre cresci­men­to, e este não é difer­ente, é só em um out­ro uni­ver­so. Mas o que faz a história dar cer­to é que ape­sar de todos ess­es incríveis efeitos, em sua essên­cia, há uma história famil­iar sól­i­da. É por isso que as pes­soas se iden­ti­fi­carão. Na ver­dade, uma das min­has cenas favoritas do filme é um com­pli­ca­do jan­tar em família. Não impor­ta quem você é, todos já tiver­am um jan­tar com­pli­ca­do, quan­do se escu­ta o barul­ho das facas e dos gar­fos e o tinir dos copos. Faz­er essa cena den­tro deste mun­do incrív­el, neste cenário futur­ista, mostra o sen­ti­men­to do filme como um todo. É uma história bem sim­ples em um mun­do ina­cred­itáv­el. Eu acho que é assim que se faz esse tipo de filme dar certo.

Fale sobre esse mun­do incrível.
Todo o visu­al de Tron: O Lega­do é um muito inorgâni­co. Nada no filme é orgâni­co. É o mun­do real traduzi­do em um uni­ver­so dig­i­tal, grandes con­trastes, cores muito negras, bril­hantes e ilu­mi­nadas, é tudo muito futur­ista. E é muito boni­to, claro e definido. Eu gostei muito de expres­sar esse esti­lo. Foi óti­mo para mim, porque eu tive que me trans­for­mar com­ple­ta­mente. Eu sin­ce­ra­mente acho que mes­mo que este filme seja vis­to por todo uni­ver­so, eu ain­da pode­ria andar pela Times Square e ninguém me recon­hece­ria. Eu real­mente gos­to de poder me trans­for­mar todas as man­hãs. Na ver­dade, eu ia ao set de fil­magem nos dias de fol­ga para ver as pes­soas lutan­do ou fazen­do cenas legais, e as pes­soas me per­gun­tavam: “Des­culpe, onde está o seu crachá? Você não pode ficar aqui. Segu­rança!” Algu­mas vezes as pes­soas não sabi­am quem eu era. Acho que isso quer diz­er que fize­mos nos­so trabalho.

Como foi usar um tra­je de luz?
Era incrív­el o que era pre­ciso faz­er para vestir o tra­je, porque ele nun­ca tin­ha sido usa­do antes. Nada pare­ci­do tin­ha sido usa­do antes. Foi rev­olu­cionário o que os fig­urin­istas e o depar­ta­men­to de arte con­seguiram faz­er. Tin­ha lâm­padas eletro­lu­mi­nes­centes por toda a bor­racha de neo­prene. Éramos como coel­hin­hos da Ener­giz­er com pil­has nas costas. Era uma sen­sação incrív­el quan­do eles nos lig­avam todos ao mes­mo tem­po. Era uma óti­ma for­ma de nos levar para o astral do filme. Você de fato se sen­tia no per­son­agem assim que suas luzes se acen­di­am. Eu me lem­bro que a primeira vez que nos acen­der­am, nós ficamos deslum­bra­dos; era tão boni­to e real­mente eletrizante. Ess­es tra­jes não são fáceis de vestir, mas foi uma hon­ra usá-lo. Eles são uma ver­são evoluí­da do que começou em 1982, quan­do Jeff e Bruce e todo o elen­co usa­va a mal­ha bran­ca. Nós lev­a­mos para out­ro nív­el. E, um dia, quan­do vier out­ro Tron, eles o levarão para out­ro nív­el e, quem sabe o que ess­es tra­jes serão capazes de fazer.

E enquan­to vocês estão usan­do ess­es tra­jes, há mui­ta ação. Fale sobre o treina­men­to que passou.
Des­de o momen­to em que fui escal­a­da, ini­ciei um treina­men­to inten­so com uma fan­tás­ti­ca equipe de dublês chama­da 87eleven. Eles treinaram atores para filmes como 300 e Watch­men. O legal, e a razão de eu gostar de dublês em ger­al, é que eles ficam ansiosos para faz­er você se sen­tir con­fi­ante para faz­er as suas próprias cenas. Dublês exis­tem para faz­er você pare­cer durão quan­do, na ver­dade, você não é. Mas existe treina­men­to para você se sen­tir capaz de faz­er essas coisas incríveis. Você é capaz de ser um per­son­agem muito físi­co, flexív­el e forte. E sem ess­es meses de treina­men­to, eu acho que não teria enten­di­do Quor­ra, meu per­son­agem. Depois de todo o treina­men­to, eu enten­di como ela se movi­men­ta e por que ela era tão forte, capaz de se cuidar e de se defend­er. Se eu não tivesse tido o treina­men­to e só fin­gi­do, acho que não teria sido capaz de saber como é essa sen­sação. Foi muito eletrizante poder lutar com o tra­je. Eu cometi o erro de treinar com sap­atil­has e, depois, quan­do colo­quei a roupa, de repente, eu tin­ha um salto de 10 ou 13 cm, e tive que apren­der a faz­er tudo de novo com salto alto – foi mais um desafio super­a­do, mas muito divertido.

Se você não soubesse nada sobre Tron: O Lega­do, o que a atrairia ao filme sendo mulher?
Pes­soal­mente, o que me atrairia seri­am os efeitos, o visu­al – à primeira vista, o visu­al úni­co. Ninguém jamais viu algo assim. É incriv­el­mente boni­to. Joseph Kosin­s­ki, o dire­tor, é design­er e arquite­to. Ele veio com uma per­spec­ti­va úni­ca que real­mente cria algo novo. Então eu diria que é isso e depois a história famil­iar, que todo mun­do é capaz de se iden­ti­ficar. Home­ns e mul­heres, todos se iden­ti­fi­cam com o amadurec­i­men­to, com o cresci­men­to e a descober­ta de um rela­ciona­men­to com o pai. E eu acho que as mul­heres tam­bém gostam das motos, dos out­ros adereços incríveis, dos veícu­los legais que temos no filme tan­to quan­to os home­ns. Eu diria que as garo­tas tam­bém gostam dis­so. Tam­bém temos atores fan­tás­ti­cos no filme; acho que será uma grande atração para muitas pes­soas. Ver Jeff Bridges inter­pre­tan­do ele mes­mo aos 60 e aos 35 anos, isso é algo que qual­quer um que ten­ha inter­esse por atu­ação vai quer­er ver, porque é uma façan­ha, não só de inter­pre­tação, mas tam­bém de capaci­dade téc­ni­ca. O fab­u­loso coor­de­nador de efeitos espe­ci­ais e visionário artista Eric Bar­ba criou este out­ro per­son­agem que não existe na vida real. Estou con­ven­ci­da que muitas pes­soas verão o filme e pen­sarão que o jovem Jeff Bridges é out­ro ator e dirão: “Quero ver mais tra­bal­hos dele. Por que ele não está em Crepús­cu­lo?” Então, eu acho que as pes­soas serão atraí­das tam­bém pelos atores. Temos pes­soas incríveis no filme. Michael Sheen nos deu inter­pre­tações con­vin­centes fan­tás­ti­cas. Nós temos de fato óti­mos per­son­agens, assim como o filme orig­i­nal tam­bém tin­ha. Quan­do reve­mos o orig­i­nal, fico impres­sion­a­da com os desem­pen­hos. O filme tin­ha mui­ta ener­gia. Os atores cor­ri­am num cenário muito menor do que este em que esta­mos tra­bal­han­do hoje. E eles con­seguiram dar vida a ele de uma maneira eletrizante. Eu acho que muitas coisas atrairão as garo­tas para o cinema.

Falan­do sobre o mis­tério de Tron: O Lega­do, o que o seu per­son­agem, Quor­ra, quer?
Sem diz­er muito, é sem­pre diver­tido inter­pre­tar um per­son­agem que tem um grande seg­re­do. Quan­do um per­son­agem tem um grande seg­re­do que pro­tege, para sal­var a própria vida e talvez a vida de out­ras pes­soas ao redor dele, é um papel real­mente inter­es­sante de se inter­pre­tar. Quor­ra é muito mis­te­riosa. Ela é muito forte. É uma guer­reira, mas tem tam­bém uma ener­gia infan­til porque ela é uma espé­cie de criatu­ra nova. Quer diz­er, as pes­soas no mun­do de Tron: O Lega­do são pro­gra­mas. Elas têm cer­tos ele­men­tos humanos, mas não são inteira­mente humanas. Elas sabem do mun­do dos usuários, que é como chamam o mun­do dos humanos. E existe, é claro, uma fasci­nação por esse mun­do. Quor­ra está espe­cial­mente inter­es­sa­da nis­so, porque ela foi cri­a­da pelo maior dos usuários, Kevin Fly­nn. Ela é curiosa, tem um cer­to dese­jo de enten­der esse mun­do cada vez mais. Quan­do ela con­hece Sam Fly­nn, é como a respos­ta para todas as suas pre­ces. Ela é um per­son­agem muito diver­tido, difer­ente e estran­ho de se inter­pre­tar. Foi real­mente muito divertido.

Fale sobre como foi tra­bal­har com Garrett?
Tra­bal­har com Gar­rett foi óti­mo, está­va­mos esperan­do para tra­bal­har jun­tos há muito tem­po. Nós nos con­hece­mos des­de os 18 anos. Quan­do soube que ele ia inter­pre­tar Sam, fiquei muito empol­ga­da, porque ele tem muito entu­si­as­mo por este filme e eu tam­bém tin­ha esse entu­si­as­mo. Nós parecíamos cri­anças em nos­sa empol­gação e no dese­jo de mer­gul­har de cabeça. Nós dois demos tudo que tín­hamos para este filme, físi­ca e emo­cional­mente. Nós real­mente con­fi­amos no nos­so dire­tor, Joe Kosin­s­ki, em nos­sos pro­du­tores e em nos­so elen­co. Uma das razões de Gar­rett ser tão diver­tido de se tra­bal­har é porque ele é muito aber­to e muito apaixon­a­do pelo filme. Foi muito bom ter isso no set, porque quan­do uma pes­soa tem essa ener­gia con­ta­giante, isso per­me­ia e afe­ta todo mun­do. Todos no elen­co e na equipe sen­ti­am que está­va­mos fazen­do algo rev­olu­cionário e eletrizante. Isso é bom quan­do se tra­bal­ha lon­gas horas e eu acho que todos vão se sen­tir orgulhosos.

O que Daft Punk agre­ga ao mix?
Daft Punk irá atrair muitos fãs que nós não atrairíamos de out­ro modo. Na min­ha opinião, muitas pes­soas se lig­arão ao filme porque gostam dessa vibe cyber punk que Daft Punk têm. Eles são muito legais. Con­heço muitas pes­soas que entraram no pro­je­to quan­do sou­ber­am que o Daft Punk esta­va envolvi­do. Eles não estão só envolvi­dos no sen­ti­do de: “Nós ped­i­mos a eles que com­pusessem algu­mas músi­cas para o filme”. Eles estão envolvi­dos des­de o primeiro dia; eles se reuni­ram com o dire­tor e os pro­du­tores muitos antes de o elen­co estar escal­a­do e muito antes de o roteiro estar ter­mi­na­do. E a estéti­ca e ener­gia cria­ti­va deles está entremea­da no filme. Há uma sen­sação crua, eletrizante e sen­su­al de Daft Funk no filme todo. Acho que eles estão à frente de seu tem­po, em ter­mos de se conec­tar com o futuro, pas­sar uma sen­sação boa que as pes­soas gostam. Acho que o filme tam­bém faz isso.

Por que o filme orig­i­nal tem tan­tos seguidores?
R: Até hoje, nada se parece com o Tron orig­i­nal. Aque­le filme em pre­to e bran­co com cores pin­tadas a mão, tem um visu­al muito legal e boni­to. É tão sin­gu­lar que muitas pes­soas usaram como refer­ên­cia e o copi­aram em vários tipos de mídia, des­de músi­cos como Daft Punk a séries de ani­mação como Fam­i­ly Guy. Teve mui­ta influên­cia na cul­tura em ger­al. E nada chegou per­to no que se ref­ere a cri­ar um visu­al alter­na­ti­vo e um uni­ver­so para pes­soas explo­rarem. Acho que é isso que ain­da atrai as pes­soas. Ele tam­bém tem uma bela sen­sação retrô que as pes­soas gostam muito. É muito engraça­do como o filme explo­ra ter­mos que, na época, eram total­mente estran­hos, coisas como “bit” e “pro­gra­ma”, que ago­ra são con­heci­dos – fazem parte da nos­sa vida diária. É isso que é tão extra­ordinário no primeiro filme. Era real­mente ver algo no futuro que nem todo mun­do sabia que esta­va à nos­sa frente. Mas Steven Lis­berg­er, o dire­tor do orig­i­nal, esta­va real­mente lig­a­do neste novo mun­do de tec­nolo­gia que viria a se tornar uma parte muito con­heci­da da nos­sa vida. O novo filme tem um lado mais sin­istro e obscuro. Eu acho que é porque talvez exista um pouco mais do aspec­to sin­istro da tec­nolo­gia atu­al, que é muito pen­e­trante. Nós somos vici­a­dos nis­so e não con­seguimos viv­er sem ela. É sobre isso que o filme fala. É um pouco mais assus­ta­dor porque eu acho que talvez a tec­nolo­gia tam­bém seja.

Sobre o Filme:
Tron: O Lega­do é uma aguarda­da aven­tu­ra high tech em 3D ambi­en­ta­da em um mun­do dig­i­tal difer­ente de tudo que já foi vis­to na tela do cin­e­ma. Sam Fly­nn (Gar­rett Hed­lund), um rebelde de 27 anos, é assom­bra­do pelo mis­te­rioso desa­parec­i­men­to de seu pai Kevin Fly­nn (Jeff Bridges, vence­dor do Oscar® e do Globo de Ouro®), um homem con­heci­do como o líder mundi­al no desen­volvi­men­to de videogames. Quan­do Sam inves­ti­ga um estran­ho sinal envi­a­do do anti­go escritório de Fly­nn – um sinal que só pode­ria vir de seu pai – ele se vê inseri­do em um mun­do dig­i­tal onde Kevin está pre­so há 20 anos. Com a aju­da da destemi­da guer­reira Quor­ra (Olivia Wilde), pai e fil­ho embar­cam em uma jor­na­da de vida ou morte por um uni­ver­so cibernéti­co visual­mente eston­teante – um uni­ver­so cri­a­do pelo próprio Kevin que se tornou muito mais avança­do com veícu­los, armas e pais­agens jamais imag­i­na­dos e um vilão cru­el que fará tudo para impedir que eles escapem. Apre­sen­ta­do em Dis­ney Dig­i­tal 3D™ com tril­ha sono­ra da dupla de músi­ca eletrôni­ca, vence­do­ra do Gram­my®, Daft Punk, Tron: O Lega­do chega aos cin­e­mas no Brasil em 17 de dezem­bro de 2010, em Dis­ney Dig­i­tal 3D™ e IMAX® 3D.

Veja tam­bém os out­ros con­teú­dos do Espe­cial Tron: O Lega­do que preparamos para você.

httpv://www.youtube.com/watch?v=y5GnQ93BZ8g


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