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Crítica: Freaks (Monstros)
Na década de 1930 o circo tinha um sinônimo bem diferente do que hoje, uma grande tenda repleta de artistas e diversão , mas sim o lar de pessoas a margem da sociedade, que possuíam algum tipo de deficiência física e mental. Em 1932, o diretor americano Tod Browning traz, Freaks (Freaks, USA, 1932), um filme que marcaria toda a história do cinema e principalmente o que se entende por cinema bizarro e de ousadia.
O enredo de Freaks (Monstros) traz um circo em que as principais atrações são as aberrações (a palavra freaks nesse momento, denotava o sentido disso). Cleopatra (Olga Baclanova) é a trapezista que mantém um caso com o domador Hércules (Henry Victor), ambos sendo considerados em perfeita saúde. Ela é gananciosa e ao saber que Hans (Harry Earles), um anão do circo, irá receber uma grande fortuna decide que irá conquistá-lo e se submeter a casar com o pequeno freak para depois eliminá-lo e ficar com todo o dinheiro. Mas Cleo, não conta que ali os freaks são uma pequena comunidade e que se ajudam muito uns aos outros e não vão deixar barato o fato dela estar usando o pequeno Hans para se dar bem.
A trama de Freaks é o tipico drama envolvendo ganância, mas tudo fica mais interessante por dois grandes motivos, um é a forma de como o roteiro conduz a personagem de Cleopatra, que nesse momento com mais dois personagens faz parte do elenco saudável, porém até onde? Mesmo sendo considerados normais, no filme o casal Cleo e Hércules são preconceituosos e agem de todas as formas para se darem bem. O segundo elemento que deixa o roteiro muito interessante, e que fudamentalmente marcou o cinema para sempre, foi o uso de pessoas comuns e não atores. Um filme real, sobre personagens reais nas condições exatas do momento. Muitos boatos surgiram que foi um filme de muita dificuldade na gravação já que contava com mais de 90% do elenco ser com portadores de alguma espécie de deficiência, e que isso gerava desconforto no restante da equipe.
Se até hoje dificilmente vemos filmes que exponham a realidade além do que se convencionou como “normal”, imagine no ínicio do século XX. As lendas e folclores populares mistificavam ao extremo qualquer ser, humano e até mesmo animais, que nascessem com alguma espécie de deficiência no corpo. Já em meados do século XVII as pessoas conhecidas como aberrações já eram motivo de ganho de dinheiro para donos de circos, inclusive o diretor David Lynch expõe isso em O Homem Elefante. Mais tarde os EUA sofrendo uma enorme urbanização, em muitos casos a única saída para essas pessoas era se abrigar em circos e ser mais uma atração destes.
O filme de Tod Browning foi baseado em um conto de Tod Robbins intitulado Spurs e que fora colocado no gênero horror da época. O diretor, que havia dirigido um ano antes o clássico Drácula com Bela Lugosi, nem de longe esperava que o filme fosse na época banido até os anos 60, pois houve muitos relatos de abortos e ataques cardíacos com as sessões do filme. Ele só foi relembrando em um festival de Cannes como um dos filmes que marcaram época e acabou entrando para lista de filmes considerados cults pelos cinéfilos em sessões proibidas.
Freaks se tornou um clássico não por motivos grandes em técnicas cinematográficas mas sim por um roteiro e ousadia inexistentes na eṕoca, e até hoje também. Sem deixar nada gratuito demais, Browning apresenta um filme com forte conteúdo social e de enorme reflexão para uma sociedade que depois de muitas décadas ainda se mostra no direito de idealizar os conceitos de normalidade.
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Trailer:
httpv://www.youtube.com/watch?v=bBXyB7niEc0
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