Fazer qualquer tipo de adaptação não é uma tarefa muito fácil, muitas vezes se acaba optando por releituras, e geralmente não agradam os fãs da obra original. Príncipe da Pérsia: As Areias do Tempo (Prince of Persia: The Sands of Time , EUA, 2010), de Mike Newell, consegue ser a melhor adaptação de um jogo já realizada até agora e não terá muita dificuldade em agradar à ambos os públicos.
A história é bem simples: Dastan (Jake Gyllenhaal) é um príncipe adotivo, que junto com seus dois “irmãos” invade Alamut, uma cidade sagrada, sob suspeitas que ali estavam sendo produzidas armas e vendidas para seus inimigos. Após a tomada da cidade, ele precisa fugir devido á acusasões pelo assasinato de seu “pai”, o Rei Sharaman (Ronald Pickup). Nesta fuga acaba conhecendo princesa Tamina (Gemma Artenton) que o alerta que talvez há bem mais mistérios que ele poderia acreditar a respeito da morte de seu pai e da invasão á cidade.
É inevitável para mim fazer várias comparações com o mundo dos jogos, aproveitando a experiência que tive com vários deles, apesar de nunca ter sido grande jogador da série Prince of Persia. O ritmo do Príncipe da Pérsia: As Areias do Tempo se assemelhou bastante a eles: muita ação entrelaçada de dialógos que logo acompanham mais ação. Muitas vezes a sensação era a de estar assistindo uma das curtas “cenas” presentes no meio dos jogos, enquanto se é preparado, ou é dado alguma explicação ao jogador, para continuar com a próxima “partida”. As simulações do Dastan procurando meios de sair de uma situação difícil, igual uma missão (quest) de jogos, que mesmo usando técnicas já batidas do cinema, ficou bem interessante quando colocada dentro desse contexto. Às vezes o longa parecia um Machinima (animações feitas, geralmente, usando cenas de jogos), só que ao contrário desta vez, o real imitando o virtual.
As perseguições em Príncipe da Pérsia: As Areias do Tempo possuem acrobacias de fazer os olhos de qualquer um brilharem. Não deve ter sido à toa que o assessor de Parkour, do longa, foi o próprio criador da técnica, David Belle France. Prática que aliás já foi testada em outros filmes como 13º Distrito e Casino Royale, mas que não conseguiram ter tanta beleza quando desta vez. Os efeitos especiais não deixam nada a desejar. Além da ótima qualidade, foram muito bem montados, não ficando muito exagerados. Já as ambientações não chegam a surpreender, ficando no mais do mesmo de filmes no deserto (e será que dá para surpreender em um lugar que praticamente só tem areia?).
Mas Príncipe da Pérsia: As Areias do Tempo acaba sofrendo do mesmo defeito de muitos desses jogos: uma história muito fraca, um romance totalmente platônico e sem sal (só para dizer que tem mesmo), e muitas, mas muitas lutas e perseguições. Os primeiros elementos parecem só existir para de alguma forma justificar todas as cenas de ação. O que, neste caso, acabou não interferindo muito no resultado final, pois a diversão é garantida.
Outra críticas interessantes:
- Heitor Augusto, no CineClick
- Diogo Alçada Tavares, no AnteCinema
- Fábio M. Barreto, no SOS Hollywood
Trailer:
httpv://www.youtube.com/watch?v=E8-ozguY1YI
Leave a Reply