Crítica: Uma Noite Fora de Série

Uma Noite Fora de Série

Seguin­do a onda dos filmes lança­dos na época do dia dos namora­dos amer­i­cano, Uma Noite Fora de Série (Date Night, EUA, 2010), de Shawn Levy, tem tam­bém como públi­co-alvo os casais, só que des­ta vez aque­les já casa­dos e com filhos.

Phil (Steve Carell) e Claire Fos­ter (Tina Fey) são um casal comum de classe média (para os “padrões” amer­i­cano é claro) e tem dois fil­hos, um meni­no e uma meni­na. Uma vez por sem­ana eles saem para um pro­gra­ma a dois (Date Night), sem­pre no mes­mo restau­rante e comen­do a mes­ma comi­da. Lá con­ver­sam sobre seus tra­bal­hos, fil­hos e ficam obser­van­do out­ros casais e ten­tan­do adi­v­in­har qual é a história dos dois.

Até aí temos as clás­si­cas tomadas do casal chegan­do em casa, cansa­dos do tra­bal­ho, ten­do um pseu­do-momen­to de con­ver­sas ínti­mas e uma frustra­da ten­ta­ti­va de sexo na cama, que dev­e­ria ser uma situ­ação engraça­da se não fos­se tão “comum”. Seus fil­hos são retrata­dos como “pequenos dia­bin­hos” bagun­ceiros que, na ver­dade, são ape­nas um estor­vo para os pais. Ben­di­to o dia no qual uma babá fica respon­sáv­el por cuidar deles. É sur­preen­dente notar que em todo filme, não é pos­sív­el perce­ber nen­hum sinal de afe­to para com os fil­hos e tam­bém entre o casal. Aliás, não há qual­quer sinal de quími­ca entre os dois e tudo é força­do demais, pare­cen­do uma cópia muito mal fei­ta do Sr. e Sra. Smith, de Doug Liman.

Após Phil e Claire saberem que dois de seus mel­hores ami­gos, tam­bém um casal que se encaixa na mes­ma descrição, vão se sep­a­rar dev­i­do ao des­gaste da relação, os dois deci­dem ten­tar mudar esta situ­ação e vão jan­tar em um restau­rante difer­ente do usu­al. Mas como ele é um dos mais badal­a­dos da cidade, é necessário faz­er reser­vas ante­ci­padas para obter uma mesa e, como eles não havi­am feito isso, deci­dem se pas­sar por um casal que não apare­ceu. Quase no fim da jan­ta são abor­da­dos por dois caras, que solici­tam para saírem do restau­rante e pedem para eles entre­garem o pen­drive que roubaram. Assim a famosa tro­ca de iden­ti­dade foi ini­ci­a­da. Daqui adi­ante mui­ta con­fusão, situ­ações hilari­antes e diver­são para dar e vender. Mas não é nada dis­so que acontece.

Dá até para imag­i­nar uma con­ver­sa entre os pro­du­tores: “O que é que pode ser engraça­do tam­bém?” um pro­du­tor per­gun­ta. “Ei, teve uma vez que ouvi a história de um cara que foi sair de uma vaga e bateu no car­ro da frente e eles ficaram gru­da­dos!” fala alguém, out­ro adi­ciona “tam­bém poderíamos colo­car um cara tipo o Eddie Mur­phy no out­ro car­ro gri­tan­do e fazen­do caras e bocas! E… ele pode­ria ser na ver­dade o motorista de um táxi!”. E no final out­ra pes­soa acres­cen­tou “se colo­car­mos umas cenas de perseguição com ess­es dois car­ros gru­da­dos estare­mos ino­van­do no gênero de perseguição de car­ros!”. É claro que isto não pode­ria estar com­ple­to se não fos­se a adição de vários ester­ióti­pos racis­tas e sex­u­ais no enre­do do Uma Noite Fora de Série.

A impressão que fica é que várias fór­mu­las que “der­am cer­to” em seri­ados de tele­visão, foram lit­eral­mente copi­adas, se jun­tou dois atores “come­di­antes” de suces­so e mais alguns out­ros que tiver­am algum destaque, e o filme esta­va prati­ca­mente pron­to. Além de não pos­suir nen­hum méri­to cin­e­matográ­fi­co ou artís­ti­co, Uma Noite Fora de Série é extrema­mente pre­con­ceitu­oso e, na fal­ta de uma palavra mel­hor, idiota.

Out­ra críti­cas interessantes:

Trail­er:

httpv://www.youtube.com/watch?v=IDfyhXzkLuw

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Dossiê Daniel Piza
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