Crítica: Um Sonho Possível

um sonho possível

Michael Oher (Quin­ton Aaron) era um ado­les­cente negro, nasci­do em um bair­ro pobre, que provavel­mente pode­ria estar pre­so ou mor­to se não fos­se por Leigh Anne Touhy (San­dra Bul­lock[bb]), que o acol­heu para den­tro de sua família, em Um Son­ho Pos­sív­el (The Blind Side, EUA, 2009), o novo filme de John Lee Han­cock[bb], basea­do em fatos reais.

Leigh é uma mul­her bas­tante deter­mi­na­da e tra­bal­hado­ra, tem como profis­são dec­o­rado­ra, mãe de dois fil­hos e casa­da com um ex-atle­ta, Sean Tuo­hy (Tim McGraw). Eles são uma família bem suce­di­da finan­ceira­mente, pos­suem uma rede de restau­rantes, e vivem uma vida ‘nor­mal’ até o dia que se deparam com Michael, de camise­ta e bermu­da andan­do pela rua em pleno inver­no, enquan­to estavam indo para casa. Leigh, subita­mente, toma a decisão de levá-lo jun­to e, o que ini­cial­mente seria ape­nas um gesto de bon­dade na noite antes do feri­ado de Ação de Graças, tornou-se uma exper­iên­cia que mudou a vida de todos.

Basea­do no livro The Blind Side: Evo­lu­tion of a Game, de Michael Lewis, Um Son­ho Pos­sív­el foi lança­do, apro­pri­ada­mente, nos Esta­dos Unidos na época do feri­ado de Ação de Graças, uma data para reunir as famílias e, depen­den­do da crença, agrade­cer a Deus. Só que neste caso, a religião é apre­sen­ta­da de maneira bem explíci­ta. O cris­tian­is­mo está estam­pa­do em todo lugar, às vezes mais implici­ta­mente, out­ras não. Curioso perce­ber que ape­sar de alguns per­son­agens se uti­lizarem de intenções cristãs para jus­ti­ficar seus atos, surge a dúvi­da da sua veraci­dade (out­ras são con­fir­madas fal­sas) mas, ape­sar de tudo ter­mi­nam com a imagem de bom samar­i­tano. A estru­tu­ra famil­iar tam­bém é bas­tante reforça­da, só que des­ta vez, com a mul­her no coman­do e o mari­do fazen­do, às vezes, o  papel de mãe.

Tec­ni­ca­mente o filme ape­nas repete a fór­mu­la amer­i­can way of life and hol­ly­wood style (jeito amer­i­cano de viv­er e esti­lo hol­ly­wood­i­ano), rec­hea­do com tril­ha sono­ra para reforçar as emoções e, com uma lin­eari­dade quase impecáv­el, sem grandes sur­pre­sas, para agradar o públi­co de todas as idades (“dos 8 aos 80 anos”, como diria um pro­du­tor amer­i­cano). Mes­mo poden­do ter abor­da­do cer­tos assun­tos (pre­con­ceito, pobreza, edu­cação, dro­gas e o próprio altruís­mo), eles são rap­i­da­mente “fecha­dos” assim que apare­cem, de for­ma a não ger­ar qual­quer incô­mo­do ou inqui­etação. Afi­nal, você está lá para se entreter e ser feliz.

Um Son­ho Pos­sív­el é politi­ca­mente cor­re­to e inspi­rador para a pro­dução de atos altruís­tas, de prefer­ên­cia por aque­les finan­ceira­mente favorecidas.

Out­ra críti­cas interessantes:

Trail­er:

httpv://www.youtube.com/watch?v=qacQrxVl0Xo

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