Crítica: Os Muppets

Em meio a tan­tos lança­men­tos val­orizan­do as ani­mações tridi­men­sion­ais, inclu­sive se tratan­do da vol­ta a ícones dos anos 80 como Os Smurfs, é que Os Mup­pets (The Mup­pets, USA, 2011), dirigi­do por James Bobin mar­ca o retorno dos fan­toches ani­ma­dos de fel­tro. Com um enre­do sim­ples e até com vários clichês, que a Dis­ney sabe exe­cu­tar muito bem, o lon­ga se apre­sen­ta como uma bela alter­na­ti­va, seja para saudo­sis­tas ou para os mais jovens con­hecerem o mun­do fan­tás­ti­co das cri­anças que viver­am nas épocas dos seri­ados vin­dos da cria­ti­va cabeça de James Henson.

Para quem acom­pan­hou as séries ani­madas entre as décadas de 70, 80 e começo de 90 não teve como pas­sar impune aos fan­toches col­ori­dos da Vila Sésamo ou do Mup­pet Show. As cri­ações do amer­i­cano Jim Hen­son sig­nificaram muito durante os primeiros perío­dos dos pro­gra­mas de tele­visão volta­dos ao públi­co infan­to-juve­nil. Ao dar vida a seres de fel­tro que con­vivi­am muito tran­quil­a­mente com os humanos, ele criou um mun­do fan­tás­ti­co que pre­ga­va uma plu­ral­i­dade sim­ples e encan­ta­do­ra. O sapo que ama uma por­ca vai­dosa, um urso pianista e um E.T. que topa qual­quer lou­cu­ra são ape­nas alguns dos per­son­agens que con­tex­tu­al­iza­dos num mun­do real pop, influ­en­ci­a­dos por ícones do rock e cele­bri­dades, for­maram um mun­do par­tic­u­lar que unia a fan­ta­sia e o real de for­ma muito interessante.

Em 2004 a Dis­ney com­prou os dire­itos da mar­ca Mup­pets e plane­jou uma grande vol­ta dos bonecos. Apo­s­tan­do na boa estraté­gia da mar­ca Toy Sto­ry, com cur­tas virais e out­ras mídias de divul­gação, os Mup­pets foram sendo inseri­do aos poucos até retornar em for­ma­to de lon­ga metragem em 2011. Con­tin­uan­do com o for­ma­to musi­cal, Os Mup­pets tra­ta de retornar, mes­mo que um pouco saudo­sista, aos mod­e­los de show que tan­to fiz­er­am suces­so nos anos de ouro da trupe coman­da­da pelo sapo Ker­mit (ou Caco, como ficou con­heci­do no Brasil).

A vol­ta do grupo se dá graças ao meni­no-fel­tro Wal­ter (voz de Peter Linz) que pas­sa os anos ao lado do seu irmão humano Gary (Jason Segel) numa cidadez­in­ha do inte­ri­or amer­i­cano. Ambos são imen­sa­mente fãs dos Mup­pets e jun­tos pas­sam os anos (enquan­to Gary cresce e vira adul­to) assistin­do tudo que existe dos bonecos. Wal­ter sabe que não é igual a seu irmão e a sua iden­ti­fi­cação com Ker­mit (voz de Steve Whit­mire) e cia. chega a pon­to de se realizar quan­do Gary vai até Los Ange­les com a namora­da. E é chegan­do no anti­go estú­dio dos Mup­pets que Wal­ter não vai poupar esforços para traz­er o grupo de vol­ta. Afi­nal, por que os bonecos de fel­tro sumi­ram da TV?

A ver­são de 2011 não pas­sa muito longe das já ten­ta­ti­vas adap­tações cin­e­matográ­fi­cas da série de TV. Mas o enre­do de Os Mup­pets, ape­sar de sim­ples, é muito grandioso porque não foge do seu tem­po. O lon­ga se for­t­alece através das lem­branças do pas­sa­do e asso­ci­ações do mun­do de hoje, inclu­sive vários artis­tas (tais como Jack Black, Dave Grohl e etc) fazem pon­tas bacanas durante o filme. Mes­mo que seja o retorno de per­son­agens ícones de deter­mi­na­da época, o roteiro se atém em deixa-los total­mente à von­tade no hoje, algo extrema­mente positivo. 

O uso dos bonecos de fel­tro, com CGI somente nos momen­tos em que eles apare­cem de cor­po inteiro, é um dos pon­tos glo­riosos de Os Mup­pets. Nen­hum tre­jeito soa arti­fi­cial jus­ta­mente porque os per­son­agens se encaix­am no mun­do real. Aliás, eles fazem parte do nos­so cotid­i­ano e você sim­ples­mente assiste tudo com aque­le encan­ta­men­to. No mais, o enre­do tem dire­ito as famosas can­to­rias, piadas, roupas vin­tage e aven­turas, isso tudo sem muito exagero, pelo menos para os fãs antigos.

Claro que ain­da ficam algu­mas dúvi­das quan­to à bil­hete­ria de Os Mup­pets, se de fato há espaço para o man­u­al no meio desse mar de tridi­men­sion­al­i­dade. Mas como já dito, o ingres­so vale tan­to para os saudo­sis­tas que se encan­tam com o fel­tro ani­ma­do tan­to para quem é mais jovem con­hecer a magia que sai da mão dos bonequeiros. Com certeza, é um exer­cí­cio de ver além — e sair can­tan­do Mah­nah Mah­nah (…)

Trail­er:

httpv://www.youtube.com/watch?v=8FSNBWkhXlI


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